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HQ: Lanterna Verde & Arqueiro Verde - Volume 01

Que a série em quadrinhos produzida por Dennis O’Neil e Neal Adams estrelando os personagens Lanterna Verde (Hal Jordan) e Arqueiro Verde (Oliver Queen) já se tornou um clássico do gênero super-heróis e elevou seu padrão artístico e abordagem temática, ninguém há de negar. Produzida na década de 1970, aproveitando muito da experiência pessoal de O’Neil como jornalista, Lanterna Verde/Arqueiro Verde foi uma HQ de contestação e engajamento político, resgatando o propósito original do Super-Homem de Siegel e Shuster.

O autor faz uso de duas premissas básicas na revista. A primeira é questionar o papel dos super-heróis como “autoridades policiais”. Pela sua visão, o Lanterna Verde estava sempre seguindo ordens de seus mentores, os Guardiões do Universo, uma força cósmica interventora. Em contraponto, entraria o Arqueiro Verde, ex-milionário que passou a defender causas populares, como um Robin Hood moderno de inclinações liberal e anárquica. A segunda foi o uso de temas de debates intelectuais e políticos na época, como racismo, crescimento demográfico e o uso de drogas por adolescentes.

Na primeira história deste especial, “O mal sucumbirá ante minha presença”, o Lanterna encontra-se pela primeira vez numa situação em que seus valores são colocados em xeque. Após salvar um homem de alto nível social, é atacado por moradores locais e pelo seu parceiro na Liga da Justiça, Arqueiro Verde. Estaria Hal Jordan apenas protegendo o status quo e a parcela de abastados da população, esquecendo-se daqueles que realmente necessitavam de auxílio? A partir deste ponto, Hal e Oliver iniciam uma jornada através da América, e junta-se a eles um Guardião do Universo, acrescentando ainda uma nova dimensão às tramas.

O único ponto a ser criticado negativamente é a predileção do autor pelo Arqueiro Verde e uma certa falha no tratamento conferido ao Lanterna. De início, funciona. Após algumas histórias, contudo, percebe-se o herói duvidando de si mesmo repetidas vezes, e assim perde-se o senso de evolução do personagem. Seria desnecessário dizer o quanto isso foi nocivo a longo prazo; basta citar o nome da saga “Crepúsculo Esmeralda”, na qual Hal enlouquece.

Apesar deste problema, as histórias mantêm o fôlego e fogem do padrão esperado. Num momento, Hal e Oliver lidam com uma tribo indígena, e em outro, enfrentam um tribunal galáctico corrompido. A arte realista e dinâmica de Neal Adams, como de costume, encanta qualquer um. Escritor e desenhista têm o mérito de aproximar os super-heróis da realidade, sem perder a aventura e o divertimento que deve proporcionar uma HQ do gênero.





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